Introibo ad autare Dei! Deus te ama, sê bem vindo!

SÃO VICENTE DE PAULO - HOMILIA

21-09-2010 11:04

HOMILIA NA FESTA DE SÃO VICENTE DE PAULO, BELMONTE 19/07/2010
Jesus vive e é o Senhor, para a glória de Deus Pai!
DEUS CARITAS EST
“Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4,16). Estas palavras da I Carta de João exprimem, com singular clareza, o centro da fé cristã: a imagem cristã de Deus e também a consequente imagem do homem e do seu caminho. Além disso, no mesmo versículo, João oferece-nos, por assim dizer, uma fórmula sintética da existência cristã: “Nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem”. Com tais palavras Bento XVI inicia suas encíclicas inaugurando seu pontificado!
Nós cremos no amor de Deus — deste modo pode o cristão exprimir a opção fundamental da sua vida. Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. No seu Evangelho, João expressa este acontecimento com as palavras seguintes: “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único para que todo o que n'Ele crer (...) tenha a vida eterna” (3,16). Com a centralidade do amor, a fé cristã acolheu o núcleo da fé de Israel e, ao mesmo tempo, deu a este núcleo uma nova profundidade e amplitude.
E nós, hoje, ao celebrarmos a festa de São Vicente de Paulo, nada mais propício refletirmos a virtude teologal do amor, a caridade, tão experimentada por São Vicente como bem sabemos! Inpirado por seu amor a Deus e aos pobres, Vicente de Paulo foi o criador de muitas obras de amor e caridade que até hoje estão prestando serviços à humanidade. Sua vida é uma história de doação aos irmãos pobres e de amor a Deus. Sempre se preocupou com as crianças enjeitadas e abandonadas, com os velhos e com os pobres e doentes.
Depois de termos refletido um pouco sobre o amor e sua vivência por parte de são Vicente, resta uma dupla pergunta a propósito do nosso comportamento: É realmente possível amar a Deus, mesmo sem O ver? E a outra: o amor pode ser mandado? Contra o duplo mandamento do amor, existe uma dupla objeção que se faz sentir nestas perguntas: ninguém jamais viu a Deus — como poderemos amá-Lo? Mais: o amor não pode ser mandado; é, em definitivo, um sentimento que pode existir ou não, mas não pode ser criado pela vontade. A Escritura parece dar o seu aval à primeira objeção, quando afirma: “Se alguém disser: "Eu amo a Deus", mas odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão ao qual vê, como pode amar a Deus, que não vê?” (1 Jo 4, 20). Este texto, porém, não exclui de modo algum o amor de Deus como algo impossível; pelo contrário, em todo o contexto da I Carta de João, tal amor é explicitamente requerido. Nela se destaca o nexo indivisível entre o amor a Deus e o amor ao próximo: um exige tão estreitamente o outro que a afirmação do amor a Deus se torna uma mentira, se o homem se fechar ao próximo ou, inclusive, o odiar. O citado versículo joanino deve, antes, ser interpretado no sentido de que o amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus, e que o fechar os olhos diante do próximo torna cegos também diante de Deus.
Esta estrada foi trilhada intensamente por são Vicente, que nós, ao olharmos para sua imagem, busquemos nos espelhar no mesmo seguimento!
SÃO VICENTE DE PAULO! Rogai por nós!

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