Introibo ad autare Dei! Deus te ama, sê bem vindo!

HOMILIA NA MISSA DA COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS, 02/11/2010

03-11-2010 14:20

 

A morte como plenitude da páscoa de cada cristão

 Caríssimos irmãos e irmãs frente às reações humanas, a morte de alguém próximo normalmente causa impacto e provoca reações, pois ela sempre atinge as pessoas, independentemente da situação sócio-religiosa que ocupam. As reações variam entre a insensibilidade, o medo ou a atitude de quem assume na fé a realidade da morte. Somente esta última revela o real sentido cristão da morte.

A celebração em que ora participamos na comemoração aos fiéis falecidos teve sua origem no mosteiro beneditino de Cluny. Nela, a Igreja celebra com fé o Mistério pascal, compreendendo a morte como a páscoa definitiva de cada cristão, iluminada pela fé em Jesus Ressuscitado. Torna-se anúncio e, ao mesmo tempo, realização da promessa de vida em plenitude. Afinal, do mesmo modo como o Pai ressuscitou Jesus dentre os mortos, também ressuscitará o nosso pobre corpo mortal e o fará semelhante ao Corpo glorioso do Senhor. Este é o fundamento da esperança cristã e o consolo para o povo ainda a caminho, em meio às lágrimas da saudade, até que chegue o Reino definitivo, razão porque estamos aqui na presente celebração.

A morte foi, é e sempre será um profundo mistério, dado que, nunca ninguém que morreu tenha voltado ao nosso encontro para dizer como ela é. Tal mistério é cercado de respeito por nós e também pelos que não creem. Porém, para nós, cristãos, a morte não é um momento no fim de nosso peregrinar na terra, pois ela segue os rastros da morte de nosso Senhor Jesus Cristo, pois ao morrer, o homem se encontra diante de tudo o que foi o objeto dos seus anseios mais intensos!

A oração pelos defuntos é uma tradição da Igreja. Subsiste no homem, também quando morre em estado de graça, muita imperfeição, muita coisa a ser mudada! Tudo isto acontece na morte, logo morrer, significa também morrer ao mal. Crê a Igreja, que a morte, vista noutra perspectiva, pode ser uma purificação, a definitiva e total volta à luz de Deus. Por isso rezamos pelos mortos, visto que também eles pertencem à comunidade da Igreja.

Conforme a leitura de Sabedoria que ouvimos, os justos hão de gozar da retribuição esperada, portanto devem enfrentar corajosamente e com atitude sacrifical os sofrimentos na certeza de que Deus os vai transformando. Já no Apocalipse vimos que a morte, tida como o mal, há de desaparecer diante da marcha triunfal do novo povo de Deus. No evangelho, no esplêndido sermão do monte, conforme são Mateus, o cântico das bem-aventuranças temos uma realização em ato do anúncio profético de Jesus: a salvação vem de Deus. São um convite a compreender que a alegria é um dom de Deus, alegria esta que se dá na consolação de Deus. Assim, impelidos pela esperança, podemos nos acostumar a pensar na realidade da morte, tendo na vida terrena, um tempo de preparação para a vida no céu, visto que, o homem que se decide por Cristo, Este o espera eternamente de braços abertos no desejo de dar-lhe amor pleno e alegria infinita, pois como nos ensina a Igreja, com a morte nem tudo está terminado!

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