Introibo ad autare Dei! Deus te ama, sê bem vindo!

SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA? - Homilia na abertura da festa de São Francisco de Assis - Belmonte

05-10-2010 10:20

 

SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA, SENHOR, QUE QUERES DE MIM? MOSTRA-ME OS TEUS CAMINHOS, SENHOR QUE QUERES DE MIM?

Oração: Senhor que queres que nós façamos? Colocamo-nos hoje diante de Ti, com a mesma pergunta de São Francisco, nosso saudoso padroeiro há mais de 800 anos. Como ele, desejamos ser simples, humildes e irmãos de toda criatura. Hoje, vimos louvar-te pela natureza toda, pelo luar que brilha toda noite sobre nós, pelo sol que todos os dias aquece a nós e às demais criaturas, as plantas, a água, as aves, os animais. Todos, sinais de tua presença e de tua bondade imensa.

Queremos ser um instrumentos em tuas mãos para transmitir a Paz neste mundo cheio de guerras e semear o bem onde há tanto ódio. Ilumina-nos, Senhor, para que possamos escolher o caminho que apontas para nós. Que saibamos descobrir qual a nossa vocação.

Que consigamos realizar em nossas vidas a tua santíssima vontade. Que possamos imitar o Cristo, seguindo os passos de São Francisco de Assis.

“Francisco cresceu e tornou-se um jovem popular entre os seus amigos, por sua indisciplina e extravagâncias, por sua paixão pelas aventuras, pelas roupas da moda e pela bebida, e por sua liberdade com o dinheiro, mas mostrava uma índole bondosa. Era nessa época fascinado pelas histórias de cavalaria, e desejava ganhar fama como um herói. Assim, em 1202 alistou-se como soldado na guerra que Assis desenvolvia contra Peruggia, mas foi capturado e permaneceu preso, à espera de um resgate, por cerca de um ano. Ao ser libertado ficou doente, com episódios de febre que duraram quase todo o ano de 1204. Ali se apresentaram as duas doenças que o acompanharam por toda a sua vida: problemas de visão e no aparelho digestivo. Depois de recuperado tentou novamente a carreira das armas, alistou-se em 1205 no exército papal que lutava contra Frederico II, incentivado por um sonho que tivera. Nele apareceu-lhe alguém chamando-o pelo nome e levando-o a um rico palácio, onde vivia uma linda donzela, e que estava cheio de armas resplandecentes e outros apetrechos de guerra. Indagando de quem eram essas armas esplêndidas e o palácio magnífico, foi-lhe respondido que tudo aquilo era seu e de seus soldados. Animado com a perspectiva de glória, pôs-se a caminho, mas no trajeto teve outro sonho, ou uma visão, onde ouviu, segundo a versão da Legenda trium sociorum, uma voz a dizer: Quem te pode ser de mais proveito? O senhor ou o servo? Como Francisco respondesse: O senhor, ouviu novamente a voz: Então por que deixas o senhor pelo servo e o príncipe pelo vassalo?. Confundido, Francisco disse: Que queres que eu faça?, e a voz replicou: Volta para tua terra, e te será dito o que haverás de fazer. Pois deves entender de outro modo a visão que tiveste.”

Francisco toma ao pé da letra as palavras do Evangelho e faz de sua vida uma imitação de Jesus pobre, todo empenhado em cumprir a vontade do Pai. Como vimos, Francisco fora visitado e interpelado por Jesus! Também nós, constantemente o somos! Hoje, por exemplo, o Evangelho nos evoca a essa realidade – a necessidade de aprender a reconhecer as visitas de nosso bom Deus e aproveitar seu poder para mudarmos de vida. Dado que, muitas vezes, como Corazim, Betsaida e Cafarnaum, deixamos que a graça do Senhor nos escape pelas mãos.

Continuamente, Deus está a nos visitar com sinais que nos chamam à conversão, em meio às diversas situações de nossas vidas. É preciso saber ver os sinais, ouvir a voz de Deus em meio a estas várias situações, para isso, precisamos de um coração, contrito, humilde e bondoso, como fora o de São Francisco, pois como ele, somos nós que decidimos sobre nossas vidas! “Volta para tua terra, e te será dito o que haverás de fazer!” Com São Francisco, saibamos ter uma visão otimista das coisas, da criação! E a cada dia possamos perguntar: Senhor, que queres que eu faça?

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