Introibo ad autare Dei! Deus te ama, sê bem vindo!

O Serviço Cristão, servir a Deus com alegria - pregação no grupo de oração em Belmonte, 25.11.2010

23-11-2010 13:55

 

É certo que muito já ouvimos o texto da viúva que doa suas moedinhas no templo, passagem apontada por Jesus como exemplo, por ter dado a Deus tudo o que ela tinha, enquanto os escribas alardeavam os grandes tesouros que davam, mas, na verdade, eram suas sobras (cf. Mc 12,41-44; Lc 21,1-4). Esse texto é característico de falas a propósito do dízimo, da oferta, etc., mas podemos tranquilamente nortear a reflexão para outro jeito do dom a Deus: a doação do nosso tempo para algum serviço na Igreja.

O fato de servir a Deus traz muitas alegrias, toma tempo, sim, mas o pouco que se dá a Ele é multiplicado demais! No entanto, nem todo o mundo entende essa verdade. Quando a gente chama alguém para um serviço na Igreja, em boa parte das vezes a pessoa já vai logo falando que não tem tempo, que tem o marido, os filhos, a escola, ou que está desempregada. Enfim, coloca tantos obstáculos sem nem parar para meditar sobre a solicitação que lhe é feita.

Ouçamos o que são Tiago nos diz acerca das obras, nosso serviço em prol do Reino de Deus, em obediência à Palavra Dele. Ler Tiago 2,14-26

14 Meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isso?Acaso a fé poderá salvá-lo? 15 Se um irmão ou uma irmã não tiverem o que vestir e lhes faltar o necessário para a subsistência de cada dia, ... De fato, alguém poderá objetar-lhe: "Tu tens fé e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a fé pelas minhas obras. ... 26 Com efeito, como o corpo sem o sopro da vida é morto, assim também é morta a fé sem obras.

 

Serviços e Ministérios

É bom distinguirmos bem entre ministérios e serviços eclesiais. Os serviços eclesiais são múltiplos e variados. Cada cristão é convidado a colaborar. O serviço eclesial é uma reivindicação da própria pertença à comunidade. São sinais de participação!

Os Ministérios não são simples trabalhos. São serviços eclesiais, que se fazem em nome e por autoridade da Igreja. Por isso, são conferidos pelo Bispo ou por quem foi por ele delegado. Quando se fala em ministérios trata-se de serviços distintos e extraordinários para o crescimento da comunidade.

O ser­viço cris­tão consta de cinco itens, todos res­pei­tan­tes à nossa mis­são, embora com auxí­lio do Espí­rito Santo, que são: Fruto, Ora­ção, Tes­te­mu­nho, Con­tri­bui­ção e Bene­fi­cên­cia. A ins­tru­ção de Paulo acerca deste assunto é a seguinte: “De modo que, tendo dife­ren­tes dons segundo a graça que nos foi dada, se é pro­fe­cia, seja ela segundo a medida da fé; se é minis­té­rio, seja em minis­trar; se é ensi­nar, haja dedi­ca­ção ao ensino; ou que exorta, use esse dom em exor­tar; o que reparte, faça-o com libe­ra­li­dade; o que pre­side, com zelo; o que usa de mise­ri­cór­dia, com ale­gria.”

Fruto

O Senhor foi bem claro quando afir­mou que uma pes­soa sem fruto é inú­til como a árvore que não pro­duz: “E já está posto o machado à raiz das árvo­res; toda árvore, pois, que não pro­duz bom fruto é cor­tada e lan­çada no fogo.” E na pará­bola da semen­teira escla­rece que “Aque­les que foram seme­a­dos em boa terra são os que ouvem a pala­vra e a rece­bem, e dão fruto, a trinta, a ses­senta, e a cem, por um.” Não deve­mos, toda­via, de forma alguma, per­mi­tir que as adver­si­da­des da vida sufo­quem a boa semente para que não pro­duza o fruto espe­rado: “E outra caiu entre espi­nhos; e cres­ce­ram os espi­nhos, e a sufo­ca­ram; e não deu fruto.”

Os cris­tãos são conhe­ci­dos atra­vés do fruto dado, de acordo com Jesus: “Por­que cada árvore se conhece pelo seu pró­prio fruto; pois dos espi­nhei­ros não se colhem figos, nem dos abro­lhos se vin­di­mam uvas.” “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem per­ma­nece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; por­que sem mim nada podeis fazer… Nisto é glo­ri­fi­cado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus dis­cí­pu­los.”

O após­tolo Paulo escla­rece as carac­te­rís­ti­cas do fruto cris­tão deste modo: “Mas o fruto do Espí­rito é: o amor, o gozo, a paz, a lon­ga­ni­mi­dade, a benig­ni­dade, a bon­dade, a fide­li­dade.” Viver assim é pres­tar um ótimo ser­viço a Deus e à huma­ni­dade para ter­mos um mundo melhor.

Ora­ção

A ora­ção é a res­pi­ra­ção da alma. Assim como o físico pre­cisa de se liber­tar das toxi­nas e rece­ber ar puri­fi­cado, tam­bém a alma carece de puri­fi­ca­ção cons­tante para viver eter­na­mente com Deus. Certa vez “estava Jesus em certo lugar orando e, quando aca­bou, disse-lhe um dos seus dis­cí­pu­los: Senhor, ensina-nos a orar como tam­bém João ensi­nou aos seus dis­cí­pu­los. Ao que ele lhes disse: Quando orar­des dizei: Pai, san­ti­fi­cado seja o teu nome; venha o teu reino…”

Vemos que a ora­ção é diri­gida ao Pai, embora seja em nome do Filho, con­forme Ele ensi­nou: “e tudo quanto pedir­des em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glo­ri­fi­cado no Filho.” “Por isso vos digo que tudo o que pedir­des em ora­ção, crede que o rece­be­reis, e os tereis.” Os pri­mei­ros dis­cí­pu­los de Jesus eram dedi­ca­dos à ora­ção, con­forme o tes­te­mu­nho de Lucas no livro de Atos: “Todos estes per­se­ve­ra­vam una­ni­me­mente em ora­ção com as mulhe­res, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.”

Os após­to­los asse­ve­ram que o seu minis­té­rio era apoi­ado pela ora­ção sis­te­má­tica: “Mas nós per­manece­re­mos na ora­ção e no minis­té­rio da pala­vra.” E acon­se­lham os cris­tãos a seguir o exem­plo deste modo: “Alegrai-vos na espe­rança, sede paci­en­tes na tri­bu­la­ção, per­se­ve­rai na ora­ção.” A ora­ção deve incluir a neces­si­dade de todos os irmãos, como está escrito: “…com toda a ora­ção e súplica, orando em todo o tempo no Espí­rito e, para o mesmo fim, vigi­ando com toda a per­se­ve­rança e súplica por todos os san­tos.” “Con­fes­sai, por­tanto, os vos­sos peca­dos uns aos outros, e orai uns pelos outros, para ser­des cura­dos. A súplica de um justo pode muito na sua atu­a­ção.”

Existe ainda o con­se­lho acerca da ora­ção às refei­ções: “…pois todas as coi­sas cri­a­das por Deus são boas, e nada deve ser rejei­tado se é rece­bido com ações de gra­ças; por­que pela pala­vra de Deus e pela ora­ção são san­ti­fi­ca­das.”

Tes­te­mu­nho

O tes­te­mu­nho é uma decla­ra­ção oriunda daquilo que se afirma. Jesus decla­rou que as obras fei­tas por Ele eram o seu tes­te­mu­nho prá­tico: “Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não cre­des. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão tes­te­mu­nho de mim… e tam­bém vós dareis tes­te­mu­nho por­que estais comigo desde o prin­cí­pio.”

Atu­al­mente, quem caminha com Jesus torna-se igual­mente uma tes­te­mu­nha, con­forme a sua pro­messa: “Mas rece­be­reis poder, ao des­cer sobre vós o Espí­rito Santo, e sereis minhas tes­te­mu­nhas, tanto em Jeru­sa­lém, como em toda a Judeia e Sama­ria, e até aos con­fins da terra.”

O tes­te­mu­nho exige de cada cris­tão uma renún­cia total de modo a viver uni­ca­mente para tes­te­mu­nhar do evan­ge­lho da graça de Deus, como afir­mou Paulo: “…em nada tenho a minha vida como pre­ci­osa para mim, con­tanto que com­plete a minha car­reira e o minis­té­rio que recebi do Senhor Jesus para dar tes­te­mu­nho do evan­ge­lho da graça de Deus.” E João con­firma, na sua visão apo­ca­líp­tica, como acon­te­ceu a der­rota de Sata­nás: “Eles o ven­ce­ram pelo san­gue do Cor­deiro e pela pala­vra do seu tes­te­mu­nho; e não ama­ram as suas vidas até a morte.”

Con­tri­bui­ção

A con­tri­bui­ção é igual­mente de suprema impor­tân­cia par o reino de Deus. Lembremos do ditado que diz: “nin­guém faz ome­le­tes sem ovos”. Ou seja, nada se cons­trói sem gas­tos físi­cos e finan­cei­ros. Esta foi a expe­ri­ên­cia e a con­fis­são do após­tolo Paulo: “Eu de muito boa von­tade gas­ta­rei e me dei­xa­rei gas­tar pelas vos­sas almas. Se mais abun­dan­te­mente vos amo, serei menos amado?”

Paulo con­fessa que rece­beu salá­rio de diver­sas igre­jas para ser­vir nou­tros luga­res. Além disso, o após­tolo faz refe­rên­cia à con­tri­bui­ção para a bene­fi­cên­cia: “visto como, na prova deste minis­té­rio, eles glo­ri­fi­cam a Deus pela sub­mis­são que con­fes­sais quanto ao evan­ge­lho de Cristo, e pela libe­ra­li­dade da vossa con­tri­bui­ção para eles, e para todos.” E acon­se­lha: “Cada um con­tri­bua segundo propôs no seu cora­ção; não com tris­teza, nem por cons­tran­gi­mento; por­que Deus ama ao que dá com ale­gria.”

Bene­fi­cên­cia

A bene­fi­cên­cia é o ato de pra­ti­car o bem junto de quem dele neces­sita. É um ser­viço desin­te­res­sado de lucro pes­soal; visa somente bene­fi­ciar aquele que pre­cisa da nossa ajuda. Logo no iní­cio da Igreja os após­to­los sen­ti­ram a neces­si­dade de orga­ni­zar a bene­fi­cên­cia para eles fica­rem ali­vi­a­dos e mais dedi­ca­dos ao minis­té­rio da pre­ga­ção e da ora­ção.

Quando Ágabo reve­lou em Jeru­sa­lém que have­ria grande fome no futuro pró­ximo, “os cris­tãos dali resol­ve­ram man­dar, cada um con­forme suas pos­ses, socorro aos irmãos que habi­ta­vam na Judeia.” Paulo conta que os cren­tes da Macedônia “…segundo as suas pos­ses, e ainda acima das suas pos­ses, deram volun­ta­ri­a­mente, pedindo-nos, com muito enca­re­ci­mento, o pri­vi­lé­gio de par­ti­ci­pa­rem deste ser­viço a favor dos san­tos.” “Por­que a admi­nis­tra­ção deste ser­viço não só supre as neces­si­da­des dos san­tos, mas tam­bém trans­borda em mui­tas ações de gra­ças a Deus.”

A volun­ta­ri­e­dade era muito impor­tante entre os pri­mei­ros cris­tãos. Paulo diz que “pare­ceu bem à Macedônia e à Acaia levan­tar uma oferta fra­ter­nal para os pobres den­tre os san­tos que estão em Jeru­sa­lém.” “E, quando tiver che­gado, man­da­rei os que por carta apro­var­des para levar a vossa dádiva a Jeru­sa­lém.”

E o após­tolo acon­se­lha que “não nos can­se­mos de fazer o bem, por­que a seu tempo cei­fa­re­mos, se não hou­ver­mos des­fa­le­cido. Então, enquanto temos opor­tu­ni­dade faça­mos bem a todos, mas prin­ci­pal­mente aos domés­ti­cos da fé.

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