Introibo ad autare Dei! Deus te ama, sê bem vindo!

HOMILIA NA FESTA DO BATISMO DO SENHOR – 09/01/2011

09-01-2011 08:45

 

Quem aqui se lembra do dia do seu Batismo? Quem tem o hábito de celebrar, comemorar esta data da mesma forma ou mais do que como se comemora o dia do nascimento? Pois é, nosso Batismo é uma data, podemos dizer, ainda mais importante que o nascimento para o mundo, pelo Batismo nascemos para a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, Deus nos faz seus filhos em Jesus! Não devemos comemorar? Pois levemos esta certeza: um dos sentidos mais importantes do nosso batismo também é o nosso compromisso público com a vontade do Pai.

Mas hoje celebramos o Batismo do Senhor, tão importante teologicamente que é tratado por cada um dos quatro evangelistas, cada qual do seu modo, sujeito às circunstâncias da sua comunidade e dos seus interesses teológicos.  Muitos questionam, “por que Jesus quis ser batizado, se ele não tinha pecado e João pregava um batismo de conversão?” E a resposta quem nos dá é são Mateus com a expressão de Jesus, para: “Cumprir toda a justiça” (Mt 3,15). A Jesus coube cumprir o que foi determinado por Deus, tomar parte no destino dos pecadores, ser solidário com eles, dar mais um passo rumo à cruz, a água com a qual somos “lavados” fora santificada por Jesus ao se deixar batizar por ela, dado que ele não foi vítima do pecado. O fato é que Jesus acreditou em João e se dispôs a seguir seu programa: por isso se fez batizar; no batismo Cristo é iluminado, com ele recebemos a luz; Ele é batizado, desçamos com Ele às águas para com ele subirmos.

Atenção profunda prestemos aos fatos ocorridos no Batismo de nosso Senhor: “no momento em que Jesus, também batizado, achava-se em oração,

                     o céu se abriu

                     e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corporal como pomba

                     e do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho bem-amado, eu hoje te gerei”, ou conforme

                                             são Mateus 3,17: “Este é  o meu Filho amado, em quem me comprazo”.                                                                                       

-    O que significa “o céu se abriu?”, ou “o céu se rasgou”, tal expressão se refere a Is 63,19: “Oxalá que fendesses o céu e descesses”, petição do profeta para que Deus acabe com seu longo silêncio e volte a mostrar afabilidade. Novos tempos vão começar, marcados pela benevolência do Pai (a voz) e a ação do Espírito. 

- Temos a descida visível do Espírito Santo, em forma de pomba, pois, segundo Gn 1,2 o Espírito pairava sobre as águas primordiais para gerar vida, agora sobre as águas do Jordão vai começar uma nova criação sob a ação do mesmo Espírito. Também baseados em Gn 8, 10s, podemos entender que se trata do anúncio do fim do castigo e do início da vida, sinal que Deus quer estabelecer uma aliança de paz. E ainda em Ct 2,14; 5,2 sugere a pomba como esposa do cordeiro, a Igreja; missão de Cristo é fazer aparecer a pomba, o novo povo de Deus animado pela comunhão do Espírito.

            Em Jesus o Espírito faz seu ninho, seu lugar de aconchego e fecundidade. 

- Por fim há a proclamação da voz celeste. No evangelho de João não há voz de Deus, mas o testemunho de João Batista.

   João reconhece Jesus como cordeiro com referência a Is 53, 7, pois o cordeiro que tira o pecado é o servo que carrega o pecado, e depois como Eleito e Filho.

Portanto, Jesus é apresentado no batismo como Filho, Cordeiro, Eleito, Servo e Ungido-Messias.                    

O batismo no Jordão e a subsequente manifestação divina constituem uma tríplice revelação.

            Revelação da identidade de Jesus a João Batista para que este, com todo seu prestígio, o apresentasse ao povo.

            Impulso dado a Jesus pelo Espírito para que dê início à sua missão de Messias na figura do Servo.

            Revelação do modo como Jesus realizaria sua missão. Recorda-nos que o Filho e Messias iria desenvolver sua missão como Servo sofredor.

            A narração do batismo, como se vê, foi feita após profunda reflexão sobre o fato, à luz da totalidade do mistério de Jesus. Essa visão só foi possível porque a Igreja, a começar por Maria, “guardava todas essas coisas, meditando-as em seu coração”, e, como Jesus, a Igreja também foi crescendo em sabedoria.

Meus caros, quem nasce e vive na fé da igreja lhe é necessário redescobrir a nobreza e as exigências de sua vocação batismal. O batismo lhe foi dado em nome de Cristo; o põe em comunhão com Deus; o integra na Família de Deus; é um novo nascimento; uma passagem da solidariedade no pecado à solidariedade no amor; das trevas e solidão ao mundo novo da fraternidade.

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