Introibo ad autare Dei! Deus te ama, sê bem vindo!

A fé como resposta do homem à Revelação de Deus

06-04-2011 16:27

 

No tempo presente, é comum ouvir dizer: “Eu não acredito em Deus... Não acredito na Igreja... E quando se fala em sacramentos, ouvimos respostas como: O que é isso? Para que? Não acredito nisso! Ou ainda, “isso é invenção da Igreja, dos padres”. Percebe-se uma mentalidade secularista que quer abstrair-se de Deus; ou também uma mentalidade descrente, onde não interessa o problema de Deus e, pelo mesmo, o problema de acreditar nele.
Ao homem moderno custa a fé, porque acreditar exige um esforço da inteligência e da vontade, e nem tanto dos sentidos. A fé é a resposta consciente, livre e amorosa que dá o homem à Revelação de Deus, manifestada na Bíblia e explicada pela Igreja, como guardiã do tesouro da fé, portanto é aceitar algo que meus sentidos exteriores não percebem. O pragmatismo e utilitarismo vigentes em nossos dias impedem ou travam o desenvolvimento da fé. Sobre tudo a fé exige mudança de vida, e nem todos querem dar este passo. A fé é a virtude teologal (o benefício) pela qual cremos em Deus e em tudo o que nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe para crer, porque Ele é a própria verdade e assim podemos nos salvar. Pela fé, "o homem livremente se entrega todo a Deus. Por isso o fiel procura conhecer e fazer a vontade de Deus.
Também o panorama de religiões diversas que pretendem ter a verdade sobre Deus e a vida. Isto nos faz nos perguntar: que garantia temos de que haja uma religião que responda à intervenção mesma de Deus? Tudo trocaria se, em meio das trevas, tivéssemos a mesma luz de Deus. Pois bem, essa luz de Deus se chama a Revelação, o manifestar-se de Deus ao longo dos séculos; e para poder olhar essa luz necessitamos da fé.
A fé é, acima de tudo, um dom de Deus, é graça! Um ato humano, isto é, a entrega da inteligência e vontade livre do homem às verdades divinas e que tem como motivo de acreditar a autoridade mesma de Deus que se revela e não pode enganar-se nem nos enganar. Ela tem motivos de credibilidade – milagres de Cristo e dos Santos, as profecias, a propagação, fecundidade e santidade da Igreja – que demonstram que meu “sim” não é cego nem irracional. São os são sinais exteriores e motivos de credibilidade. Não é em qualquer esquina que encontramos uma Igreja com mais de 2000 anos e que sobreviveu já a algumas intempéries.
A fé, como expressão da entrega da inteligência e vontade livre do homem às verdades divinas tem que ser total, ou seja, não admite exceções. Tem que ser podada pela prova e as dificuldades, para que cresça. Ela é certa, mais certa que todo conhecimento humano, porque se funda na Palavra mesma de Deus, não em palavras ou pseudo-revelações de homens limitados, incertos, imperfeitos, pecadores como nós. Contrário do que muitos ousam afirmar, a fé nunca estará em desacordo com a razão, porque ambas procedem da mesma fonte e origem, que é Deus.
A fé a recebemos e a comunicamos na Igreja: cada crente é como um elo na grande cadeia dos crentes. Não tem significado e não basta dizer que crer em Deus se não se está inserido na Igreja! Para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente; ela deve "agir pela caridade" (Gl 5,6), ser carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja. Há, em nossa liturgia eucarística, um momento – o da consagração, – em geral, no qual rezamos: creio Senhor, mas aumentai nossa fé!
A fé é uma realidade que nos é necessária. Para obter a salvação plena, é preciso crer em Jesus Cristo e naquele que o enviou para nossa salvação.  Para que o ato de fé seja humano, "o homem deve responder a Deus, crendo por livre vontade. Por conseguinte, ninguém deve ser forçado contra sua vontade a abraçar a fé. Pois o ato de fé é, por sua natureza, voluntário". Pena que essas seitas que encontramos em cada esquina não agem de tal forma, dado que desconhecem ou ignoram esta verdade.
A fé nos faz degustar como por antecipação a alegria e a luz da visão beatífica, meta de nossa caminhada na terra. Veremos então a Deus "face a face" (1Cor 13,12), "tal como Ele é" (1Jo 3,2). A fé já é, portanto, o começo da vida eterna. Há séculos, mediante tantas línguas, culturas, povos e nações, a Igreja não cessa de confessar sua única fé, recebida de um só Senhor, transmitida por um único batismo, enraizada na convicção de que todos os homens têm um só Deus e Pai.
Nossa consiste, basicamente nisto: Crer somente em Deus; em Jesus Cristo, o Filho de Deus; no Espírito Santo; na Igreja, esta que é o redil, do qual Cristo é: a única e necessária porta. Ela é também a grei, da qual o próprio Deus prenunciou que seria o pastor. Suas ovelhas, embora governadas por pastores humanos, são, contudo, incessantemente conduzidas e alimentadas pelo próprio Cristo, Bom Pastor e Príncipe dos pastores, que deu sua vida por suas ovelhas. É unicamente "com os olhos da fé" que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de vida divina.
Maria, a Mãe e Serva é, para nós modelo na fé: "bem-aventurada a que acreditou". A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Pela fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37) e dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). Isabel, sua prima a saudou magnificamente: "Bem-aventurada a que acreditou...”
Com tudo o que foi dito, a fé deixa sempre zonas escuras, elementos não compreensíveis, perceptíveis aos sentidos humanos, porque Deus é mais do que a mente humana pode perceber. De Deus jamais diremos tudo!
 

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